domingo, 29 de novembro de 2009

Sobre mortadelas e calças capri


Oi, pessoal!

Há dois conceitos que Sartre dá em "O ser e o nada", que são bastante importantes na sua obra: o "ser-em-si" e o "ser-para-si".
No link abaixo, há ilustrações bem interessantes sobre esses dois conceitos:


* O "ser-em-si" (fenômeno) é inerte; não mantém relação nem consigo mesmo, nem com outro ser; o ser é o que é - isto é - ele é pleno de si. Ele não tem consciência nem mesmo de sua existência. No exemplo do texto acima, é o sanduíche de mortadela.

* Já o "ser-para-si" (consciência) é apresentado através de um caráter relacional, característico seu. Ele é um nada do ser, um pleno vazio, que só existe na relação com o "ser-em-si". Ele tem consciência de si mesmo e do mundo. É o exemplo de alguém que come o sanduíche.

Abraços a todos!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Determinismo e Liberdade

Pessoal

Trouxe pra vocês uma entrevista bem bacana com o professor José Lemos, que apresenta seus argumentos pra defender o Determinismo. Essa é uma corrente do pensamento que diz que tudo o que acontece com a gente já está determinado, e não podemos mudar isso.

Que tal ouvirmos o que o professor tem a dizer sobre a liberdade?




PS.: Os primeiros 2 min 30 seg do vídeo não estão com o áudio muito legal. Sobe o som! Depois melhora. Vale muito a pena assisti-lo. As idéias que o professor nos apresenta são bastante legais.


Abraço!

Ei, você é livre?

Olá pessoal! Nessa semana, resolvi entrevistar alumas pessoas na rua, na escola que eu estudo, enfim. Eu chegava perto da pessoa e simplesmente perguntava: “VOCÊ SE ACHA LIVRE? As pessoas respondiam e eu perguntava de novo: “POR QUE?”. Para a minha surpresa, todas as respostas foram super interessantes, diferentes. Nem todos se acharam livres, né? Mas, pelo menos, a grande maioria sim... O mais engraçado é que cada uma das pessoas respondeu dentro de uma perspectiva diferente... aí que eu pude perceber, mais ainda, que somos pessoas individualíssimas, ímpares, únicas... Agora, quero que você preste bastante atenção nas respostas e veja se alguma das respostas tem a ver com você, ok? Não vou colocar o nome de nenhuma pessoa porque não acho necessário, mas saiba que as respostas estão sem nenhuma edição... Não vamos pensar a liberdade como querer e poder fazer tudo, sem limites, sem ter que fazer escolhas... Como estamos vendo no blog, de acordo com as ideias de Sartre, liberdade não é isso... Abraços e até logo!

“Me acho uma pessoa livre porque eu mesma faço minhas limitações.”

“Sim. Porque a maioria das coisas que eu quero fazer eu faço.”

“Sou livre porque trabalho, tenho meu dinheiro e posso fazer o que eu quiser com ele.”

“Não me acho livre porque a gente vive num mundo obrigado a estudar, a trabalhar... não temos liberdade de escolha.”

“Mais ou menos. Porque liberdade é fazer o que você quer, na hora que você quer... e eu não posso fazer isso.”

“Não. Porque não sou maior de idade e ainda tenho meus pais me governando.”

“Eu acho que não, pois temos que seguir as regras da sociedade.”

“Não sou livre por causa de questões pessoais e subjetivas.”

“Eu vivo numa sociedade sem liberdade, não sou livre.”

“Eu sou livre, não estou preso.”

“Sou livre porque tenho Deus na minha vida.”

“Me acho livre, só não sei explicar...”

“Não. Por que tenho compromissos e tenho que cumprir todos eles. Não posso fazer sempre o que eu quero.”

“Claro que sou. Mas é difícil ser livre e alcançar seus objetivos... só não é impossível, basta determinação.”

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Liberdade: uma Conquista do Homem

Como vocês estão percebendo, eu gosto muito de escrever, de expor as minhas ideias, minhas opiniões... e defendo todas elas com unhas e dentes. Esse texto que você vai ler agora não é meu, mas resume bastante tudo aquilo que eu venho compartilhando com vocês. Eu estava almoçando, ontem, quando lembrei do dia em que a Clarisse me falou sobre o determinismo, lembra? Não que eu tenha me abalado ou enfraquecido minha crença na liberdade, mas todas as ideias que o determinismo prega só me fizeram, mais ainda, alimentar meus ideais e acreditar que um dia, todos nós, que já somos livres, tomaremos consciência dessa liberdade que caminha ao nosso lado. Tá bom... se não eu não paro de falar. Você sabem, né?


Liberdade: uma Conquista do Homem

O que é ser livre? Como o homem pode ser livre? Seria uma possibilidade utópica?
Mal entendida, negada, almejada, sobretudo usurpada a liberdade sempre foi uma questão fundamental para a humanidade.
"Liberdade, essa palavraQue o sonho humano alimentaQue não há ninguém que expliqueE ninguém que não entenda"Cecília Meireles.
Há sempre questões, dúvidas e impossibilidades. Como serei livre com o pai que tenho? ... Ah! Quando eu me casar!... Depois do casamento pode ainda não sentir-se livre e novamente buscar soluções para iludir-se. Por que o ser humano tão freqüentemente é infiel? Será que aí julga-se livre? Estará ele realmente livre?
Liberdade não implica em falta de educação, ninguém precisa ser inconveniente ao meio para conseguir ser livre, mas deve impedir que o meio seja inconveniente a si para roubar-lhe a liberdade.
O homem sempre se fez prisioneiro de angústias, medos, culpas, solidão, impossibilidade de agir, padrões pré determinados, doutrinas, normas, dogmas etc. Pode então libertar-se buscando o autoconhecimento e realizando-se. Tornando-se responsável por suas escolhas.
Para Sartre o homem é a sua liberdade e está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto é livre, uma vez que foi lançado no mundo é responsável por tudo que faz.
Segundo Jaspers, só nos momentos em que exerço minha liberdade é que sou plenamente eu mesmo. Assim será o indivíduo autêntico, autônomo, autodeterminado.
Ser e fazer implicam em liberdade. A condição primordial da ação é a liberdade. Liberdade é essencialmente capacidade de escolha. Onde não existe escolha, não há liberdade. O homem faz escolhas da manhã à noite e se responsabiliza por elas assumindo seus riscos (vitórias ou derrotas). Escolhe roupas, amigos, amores, filmes, músicas, profissões... A escolha sempre supõe duas ou mais alternativas; com uma só opção não existe escolha nem liberdade.
As escolhas nem sempre são fáceis e simples. Escolher é optar por uma alternativa e renunciar à outra ou às outras.Não existe liberdade zero ou nula. Por mais escravizada que se ache uma pessoa, sempre lhe sobra algum poder de escolha. Também não há liberdade infinita, ninguém pode escolher tudo. Na facticidade somos limitados, determinados. Um ótimo exemplo nos é dado por Luís Fernando Veríssimo quando descreve: "poderia se dizer que livre, livre mesmo, é quem decide de uma hora para outra que naquela noite quer jantar em Paris e pega um avião. Mas, mesmo este depende de estar com o passaporte em dia e encontrar lugar no avião. E nunca escapará da dura realidade de que só chegará em Paris para o almoço do dia seguinte. O planeta tem seus protocolos".Contra o senso comum "ser-livre" não significa "obter o que se quis", mas sim "determinar-se por si mesmo a querer" (no sentido de escolher). O êxito não importa em absoluto à liberdade. O conceito técnico e filosófico de liberdade significa: autonomia de escolha, não fazendo distinção entre intenção e ato.
O ato livre é, necessariamente, um ato pelo qual se deve responder e responsabilizar-se. Porque sou livre tenho que assumir as conseqüências de minhas ações e omissões.Os animais irracionais não são livres, não são responsáveis pelo que fazem ou deixam de fazer. Ninguém pode condenar um cavalo que lhe deu um coice. O animal não faz o que quer e sim o que precisa ou o que se encontra determinado pelo instinto de sobrevivência para que continue existindo.
O próprio vôo de um pássaro está sujeito às leis da Física. Kant brincava com essa idéia, imaginando uma pomba indignada contra a resistência do ar que a impediria de voar mais depressa. Na verdade, argumenta, é justamente essa resistência que lhe serve de suporte, pois seria impossível voar no vácuo.
"Não me apontes o caminho,o rumo certo pra chegar ao cimo.Deixa-me encontrá-lo para que sejameu... Não me reveles a mais brilhante estrela,Aquela que te guia.Eu buscarei a minha...Não me estendas a mão quando eu cair.Em tempo certo, em hora exata,Eu ficarei de pé... Não te apiedes de mim.É minha estrada, é minha estrela,É meu destino. Deixa apenas que eu seja. Sem ti..." Eliette Ferreira.
O homem para Sartre não pode ser ora livre, ora escravo. Ele é totalmente e sempre livre, ou não o é.
A liberdade não é alguma coisa que é dada, mas resulta de um projeto de ação. É uma árdua tarefa cujos desafios nem sempre são suportados pelo homem, daí resultando os riscos de perda de liberdade pelo homem que se acomoda não lutando para obtê-la.

Dora Lucia Alcantara
Psicóloga e Psicoterapeuta Existencial

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

De quem é a culpa?

Hoje eu estava conversando com uma amiga no colégio e ela contou-me uma situação muito interessante e comum nos dias de hoje. Ela estava me dizendo que a viagem que fez para São Paulo junto com os pais não foi nada legal. Eis o que ela me relatou:

"Dois dias antes de nós irmos viajar, meu pai foi assaltado e perdeu a carteira de motorista junto com outros documentos. Isso foi péssimo já que o nosso plano era alugar um carro lá em São Paulo. Então, ele foi ao Detran e pediu uma carteira provisória. Até aí tudo bem, nós viajamos, estávamos nos divertindo, enfim, dando uma de turistas. Até que a polícia parou nosso carro. O guarda pediu a documentação e etc., mas imagina a surpresa do meu pai quando o tal policial disse que a carteira provisória de motorista dele, só era válida no Estado do Ceará, acredita? Então, ele foi levado para falar com um tenente e este deu a entender que queria dinheiro para poder liberar o carro e a família. Meu pai estava muito nervoso por causa da situação e por estar em outro Estado, o que piorava tudo. Enfim, o jeito foi dar dinheiro para o tal tenente. Depois de toda a confusão, meu pai explicou o que aconteceu e disse que estava envergonhado por ter dado dinheiro ao policial corrupto, mas fez o que fez por isso e por mais isso; e várias desculpas foram aparecendo."
Eu ouvi toda a história da desastrada viagem da minha amiga, mas quando ela terminou falando das desculpas que o pai deu para se livrar da culpa por ter feito um ato desonesto, não pude ficar calada. Mas é claro que o pai dela tem culpa! Ele podia não ter dado dinheiro nenhum, mas ele fez uma escolha e tinha que ter se responsabilizado por ela. Não adianta dizer que estava numa cidade diferente, desconhecida ou seja lá o que for; nossas escolhas cabem somente a nós mesmos, não havendo fator externo que justifique nossas ações. Ou seja, o responsável final pelas ações do homem é o próprio homem.
Todas as escolhas que tomamos ao longo de nossa vida, são escolhas totalmente nossas. Cada escolha carrega consigo a obrigação de responder pelos próprios atos, um encargo que torna o homem o único responsável pelas consequências de suas decisões. E cada uma dessas escolhas provoca mudanças que não podem ser desfeitas. Assim, perante suas escolhas, o homem não apenas torna-se responsável por si, mas também por toda a humanidade. De acordo com o Sartre (vocês lembram dele, não é? aquele filósofo francês de quem lhes falei), a angústia que nós sentimos seria a cosnciência de que todas as nossas escolhas vão definir quem nós somos e que estas escolhas podem afetar, de forma irreversível, o próprio mundo. A angústia vem da própria consciência da liberdade e da responsabilidade em usá-la de forma adequada.

Então, conclui que: se roubarmos, se matarmos, se mentirmos ou se fizermos alguma coisa considerada errada, não podemos responsabilizar mais ninguém além de nós mesmos por nossos atos e escolhas. Por exemplo, todas as pessoas que nasceram numa família com uma situação mais frágil e, mais tarde, foram levadas pelo mundo do crime, não podem culpar políticos, empresários, países desenvolvidos, ONGs, ONU ou qualquer outra pessoa ou instituição, pelo modo como essas pessoas escolheram levar suas vidas. Devem culpar a si mesmas por não terem lutado e criado suas próprias oportunidades de crescimento pessoal, cultural, econômico e social.

Pessoal, por hoje é só. Até amanhã. Abraços para todos!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Funk Sartreano

Pessoal

Ontem, enquanto voltava pra casa, vinha pensando nessa questão da liberdade e da escolha.
O motorista do ônibus que eu e meu colega Fábio pegamos pra ir à escola pôs funk pra tocar. Eu tenho ódio desse tipo de música. Que horror! Fico pensando como as pessoas suportam ouvir aquilo. O Fábio pensa o oposto: ele acha funk o máximo. Meu Deus do céu! Não sei como ainda sou amiga do Fábio!
"Pra mim, ouvir funk é uma tortura". Quando eu disse isso, o Fábio veio com uma que me surpreendeu. Pensei que aquele cabeça-de-vento iria dizer qualquer coisa, menos isso: "Ora, tu não lê Sartre? E tu não sabe que submeter-se a qualquer coisa que seja é nossa livre escolha? Estar 'suportando' ouvir funk é tua escolha". Aí citou essa passagem:

"Deve-se entender o seguinte: o limite imposto não provém da ação dos outros (...) Observamos que até mesmo a tortura não nos despoja de nossa liberdade: é livremente que sucumbimos à ela"
(O Ser e o Nada, 5ª edição, p. 643)

E eu, claro, rebati, né? Eu sou livre, estava dentro do ônibus porque queria, mas não desejava estar escutando aquela porcaria. Fiquei encucada com essa coisa toda que envolve o querer e o realizar. Pra não ficar pra trás na discussão, citei outra passagem de "O Ser e o Nada":

"(...) 'ser livre' não significa 'obter o que se quis', mas sim 'determinar-se por si mesmo a querer (no sentido lato de escolher)'. Em outros termos, o êxito não importa em absoluto à liberdade"
(O Ser e o Nada, 5ª edição, p.595)

"Fábio, meu amigo, querer já é uma escolha", disse.
"Que tal tentar falar com o cara e pedir pra ele mudar de estação de rádio? Vai que funciona? Dizem que querer também é poder, Simone"!

Pra provar que não sou mole, fui lá. O motorista foi bem cortês, e mudou a estação. Querer é, mesmo, um passo para o realizar :-P

À noite, o Fábio me mandou o vídeo abaixo. Kkkkkkkkkkk! Não gostei de tudo o que se diz nele, não, mas a idéia principal até que é bem mostrada!



Abraços a todos!

"O ser humano está condenado à liberdade"



Pessoal, achei esse vídeo super legal do filósofo Paulo Ghiraldelli Jr. Aqui, ele fala mais sobre a vida pessoal e profissional de Jean-Paul Sartre. Ele explica bem algumas idéias desenvolvidas por Sartre como o existencialismo, a fenomenologia, as teses sobre liberdade e projeto humano, existência, responsabilidade e má-fé.

Vale a pena conferir. Vejam mesmo.
Abraço para todos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Determinados à liberdade!

Às vezes eu fico pensando que o mundo poderia ser melhor, e acho que muita gente pensa isso também, né? Mas o problema não é querer um mundo melhor, e sim agir para que esse mundo aconteça. Que pena que muitas pessoas aceitam as situações como elas se apresentam, acham que tudo o que acontece é normal, como a minha amiga Clarissa. Certa noite, na minha casa, eu estava fazendo um trabalho de Sociologia com ela sobre violência urbana. Nós estávamos analisando a história de um garoto que, desde pequeno, começou a roubar. Foi cresendo no meio do roubo, da violência, das drogas, não tinha uma família estruturada, enfim, acabou na cadeia, com apenas 18 anos. Sabe o que foi que a Clarissa falou? Você nem vai acreditar... Ela disse que o menino cresceu nessas práticas porque tinha que ser, pois tudo o que estava acontecendo com ele eram apenas consequências de causas anteriores. Eu fiquei sem entender, sabe? Perguntei a minha amiga o que ela estava querendo dizer com isso. Ainda bem que ela é super paciente e foi me explicar de onde ela tinha tirado essa ideia. Ela sorriu pra mim e disse: “Simone, você nunca ouviu falar no determinismo”? Eu disse que não, mas estava super interessada em conhecer esse tal de determinismo. Então ela começou a explicar... disse que tinha lido em um livro que o homem é fruto do meio em que vive, e que todas as causas têm seus efeitos, pois existem acontecimentos prévios que preparam outros. Eu fiquei paralisada! Nós sempre tivemos ideias totalmente opostas, acho que por isso somos boas amigas, mas... enfim. Eu jamais poderia concordar com essa ideia do determinismo, já pensou? Essa teoria afirma que o homem não é livre. Por exemplo, você está lendo esse meu blog não porque você quer ler, mas porque está determinado por outros acontecimentos. Ah, isso é um absurdo. Depois que a Clarissa me falou dessa teoria eu fiquei profundamente triste, não aceitei, é claro, mas me deu uma angústia, sabe? Já pensou, se todos os acontecimentos são apenas consequencias de outros e assim sucessivamente? Que horrível! Pensar num mundo guiado pelo destino, sem a existência de escolhas reais, mas escolhas determinadas... Aff, não gosto nem de pensar, sinceramente. Na mesma hora que a Clarissa terminou de explicar, eu soltei o verbo nesse tal de determinismo. Ora, eu que faço meu destino, concorda? Eu faço minhas escolhas, sou capaz de mudar uma situação, basta que haja uma imensa vontade que sai do de dentro de nós, é como se você não aceitasse certas coisas que acontecem ao seu redor, por exemplo. Mas voltando para o caso do garoto... claro que eu acredito que ele está na cadeia porque roubou, cometeu algum delito. Isso foi a consequência do ato que ele praticou. Agora eu afirmar que o garoto roubava apenas porque não tinha uma família bem estruturada ou não era rico, estou simplificando a situação. Ou pior, eu dizer que tudo o que aconteceu com ele estava determinado!? Não. Essa é uma visão muito simplista, conformista. Já pensou se todos as pessoas que vivem nas condições que o garoto preso viviam fossem roubar só porque é fruto do meio em que está inserido. Dizer isso é o mesmo que afirmar que muitas pessoas estão condenadas ao fracasso, principamente em países desiguais, como é o caso do nosso Brasil. Pois é isso, gente. Posso dizer, com muita convicção, que eu acredito demais na liberdade, no livre-arbítrio... sei que não é fácil tomarmos consciência disso. É muito mais fácil pensar como a Clarissa, por exemplo. Mas acho uma atitude muito perigosa. Pensar que as tudo acontece porque tem que acontecer... Não sei se você entendeu meu desabafo, mas saiba que nós podemos mudar muitas coisas, tanto para melhor quanto para pior, como foi o caso do garoto. Mas nada está perdido pra ele, acredite! Ontem eu li, na notinha de um jornal, que esse garoto está em liberdade. Na mesma hora eu pensei como se tivesse falando pra ele: Pronto! Agora tudo vai depender de suas novas escolhas, afinal, você está em liberdade, ou melhor, você sempre esteve detrminado à liberdade... Nesse determinismo sim, eu acredito!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Conhecendo Sartre


Eu já contei que estudo no colégio Jean Paul Sartre, não é? E vocês sabem quem foi Jean Paul Sartre? Até pouco tempo atrás eu também não sabia quem era. Mas fiquei curiosa pra saber quem era essa pessoa que dava nome ao colégio onde estudo. Descobri muita coisa. Jean Paul Sartre foi um filósofo, escritor e crítico francês muito influente no século passado e é muito estudado e admirado até hoje.

Pelo o que eu li, o Sartre não era o tipo de pessoa que foi logo se interessando pelas questões do mundo, ele gostava mais de estudar a filosofia de alguns autores anteriores a ele como um alemão chamado Husserl. Desse filósofo alemão, Sartre concordou e desenvolveu uma teoria chamada de fenomenologia. Segundo essa teoria, que é um pouco complicada de se entender logo de primeira, a conciência que nós temos é sempre a consciência de alguma coisa, ou seja, é intencional. Assim, ela é constituída por atos que fazem com que nós posssamos chegar ao nosso projeto de vida.
A percepção de mundo que Sartre enxergava naquela época, foi abalada com a explosão da Segunda Guerra Mundial. Vocês sabem que os alemães invadiram a França, não é? pois então, Sartre foi preso e enviado para um campo de concentração onde ele era forçado a trabalhar. Sério mesmo! Só que ele era muito esperto e fingiu, num certo dia, que era um simples civil francês e conseguiu escapar das mãos dos alemães. No tempo que ele ficou preso, Sartre vivenciou coisas que ele nunca poderia imaginar, como passar fome, ver pessoas seriamente feridas, confinadas como animais, pegando doenças e muitas outras coisas bem piores. A partir dessa experiência, Sartre passou a ser um militante comunista e acima de tudo, um ser humano engajado que sempre defendia os direitos das pessoas e o direito dos cidadãos de protestar e expressar seus pensamentos e opiniões.

Mas o Sartre ele ficou conhecido mesmo depois que ele desenvolveu o Existencialismo. Calma, gente! A palavra assusta mas não é difícil de se entender essa teoria. O Existencialismo afirma a liberdade individual do ser humano, a sua responsabilidade e subjetividade. Quer dizer, para essa teoria o ser humano é totalmente livre, responsável pelos seus atos e pelo seu destino. A única coisa que o homem não pode deixar de ser, é livre. Ou o homem é inteiramente livre ou não o é. Nós, para Sartre, somos condenados à liberdade.

Legal, não é? Achei super interessante e acho que estudando um pouco sobre as idéias do JP Sarte, eu até concordo bastante com ele, e vocês?

Pessoal, por hoje chega. Amanhã prometo que volto. Abraço para todos.

Um começo e uma esperança

Estou começando hoje meu novo diário eletrônico. Quero compartilhar com quem quiser ler este blog, minha vida, minhas reflexões, minhas dúvidas e certezas, minhas convicções e princípios.

Acho que primeiramente vou apresentar-me para os meus possíveis leitores. Meu nome é Simone, tenho 15 anos e estudo no colégio Jean Paul Sartre. Minha mãe chama-se Sílvia e meu pai, Luiz; tenho um irmão chamado João (ele, aliás, é muito chato e irritante). Minha melhor amiga é a Clarissa. Nós nos damos muito bem, mas temos idéias completamente diferentes na maioria das vezes. Por exemplo, ela acha que deve fazer tudo o que quiser sem pensar nas consequências e nas pessoas envolvidas.

Dia desses, nós duas discutimos depois de uma aula em que a professora dizia que o homem é movido pela história e que a liberdade de cada um só é possível na companhia dos outros. Eu achei essa idéia absurda! Claro que o homem é completamente livre, ora! Tudo na vida, só depende de nós mesmos. Se eu quisesse uma determinada Lei, lutaria para que essa Lei consiga ser aprovada. Se eu quero um sabor de sorvete diferente dos que eu posso escolher, procuraria um modo de obter o outro tipo de sorvete, nem que eu precisasse criá-lo. Acreditam que a Clarissa disse que isso é impossível? Bobinha demais...

Pois é, espero que vocês possam me acompanhar por muito tempo, meus possíveis leitores.
Abraço para todos.